9 de julho de 2021
Procura-se por um par de ouvidos, que seja capaz de escutar no silêncio.
Que entenda que a escuta é mágica para organizar a alma de quem fala.
Que saiba que não é para escapar, que é preciso encarar.
E que, às vezes, a gente encara com sorriso, às vezes, uma porradinha de nada leva a gente às lágrimas, porque é isso, fomos ensinadas a ir enchendo o copo até a gota derradeira.
Ouvidos que ouçam de coração e não nos tragam soluções genéricas.
Queremos ouvidos atentos.
Se os ouvidos vierem acompanhados por um colo, é quase um luxo.
O tato de um abraço, o aconchego, sentir-se amparado. Afinal, ser ninada não deveria ser algo exclusivo das crianças pequenas.
Buscamos sempre o ouvido do outro. Mas, talvez, conseguir ouvir a si mesma já ajude bastante.