À Flor de Lis
Foi ontem que aquele cheiro
Invadia as minhas narinas
E ela saía das entranhas de mim…
Coroou-me minha menina.
Não tem muito tempo que ela, semente,
Se encaixava perfeitamente
Entre meu seio farto e o umbigo,
E mal pesava na cunha de minhas mãos,
Seu novo abrigo.
Ao amanhecer, nada é mais importante
Quero dar-te colo.
Após oferta-lhe os seios,
O encantado é a materialização do teu sorriso.
Ainda há pouco,
Pisquei os olhos,
Um cochilo bobo…
Meu queixo, cansado, apoiando sua nuca
E seus pés adormecidos entre as minhas coxas.
Aproveito o teu descanso,
Uma boa hora,
Namoro a sua respiração.
Se acordares agora,
Eu antecipo o pôr do sol nos teus olhos
E nem vejo tua pequenina mão
Deixar de caber na minha.