Eu não vim calma.
Eu vim rasgando o mundo
sem anestesia para aplacar
minha fúria de viver.
Cheguei ainda fraca –
No entanto pronta:
pro mato
pro mosquito
pra morte.
Cheguei precoce para dizer
que o tempo não começa
ele continua
nos pequeninhos dedos
pintados de jenipapo
adornados com dentinhos de proteção
no som do choro cuja chegança
neste mundo
cala e ecoa
conhecido antes do sonho, do desejo, da espera
e agora tornado pele, tornado boca, tornado gosto.
Eu vim – ela sempre vai continuar vindo
para andar no mundo livre
e transformada formiga
continuar continuar continuar continuar continuar continuar continuar continuar