[ arquivo ]
gravidez
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Cão de pedra [fragmento]
Dolores Orangeem nove meses, preciso escrever um texto sobre a minha relação com minha mãe, um tratamento contra um câncer e a perda do meu útero. […]
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Em A teta racional, de Giovana Madalosso, há um momento comovente e honesto sobre a maternidade: […] virou-se para mim e disse: mãe sofre, minha filha, você vai ver. Ela nem precisava me dizer, eu já estava vendo. Ou pelo menos começando a ver, porque desde que meu filho nasceu, eu andava sentindo umas coisas […]
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Leve o violão [fragmento]
Malu Grossi MaiaA barriga é reveladora. Não há maneira de disfarçar uma gravidez em público. Parece que carrego uma melancia que anuncia: TRANSEI DESPROTEGIDA! ou: UM PALPITE A QUALQUER HORA! e ainda: TOUCH HERE. Todo mundo pergunta quem é o pai. No início, respondia calmamente que acabáramos de nos conhecer e estávamos resolvendo juntos a situação. À […]
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Labor
Catarina BarrosSempre que penso no momento em que descobri que estava grávida, vejo-me em frente ao Centro Comercial de São Marcos, embora saiba que o laboratório era no Cacém, e que foi lá, na sala de espera, que abri o envelope. Mas talvez só tenha agarrado no telefone aí, à saída do supermercado, enquanto subia as […]
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Quatro corpos
Cris MoreiraO meu corpo produziu, ao mesmo tempo, quatro rins, quatro pulmões, dois fígados, dois apêndices (que dizem não servir para mais nada, mas continuam sendo produzidos e exigindo uma imensa energia desse outro corpo que o produz).
Durante 28 semanas, dois corações, além do meu, bateram no meu corpo. […] -
Pequenas erupções [fragmentos]
Gabriela do Amaralpesquiso tantos símbolos
as pirâmides ou a lógica do corpo na poesia
pesquiso os cervos
os planetas
o que pode significar
a estrela cadente na poesia amorosa […] -
Gravilândia
Patrícia Azevedo da SilvaQuando engravidei, o mundo parou numa espécie de fricção de onde se soltaram uns pós e – earthseeds – caíram na terra. […]
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O começo do outro
Val Prochnoweu fui aquilo que jamais ousei. era algum lugar impreciso e o corpo sabia. o começo do outro, o vazio daquela barriga impossível. eu já não fui. sentada numa cadeira vermelha da cor do sangue que ainda despenca entre as pernas, eu não sabia
que o sangue ainda permaneceria. eu fui o sangue. […] -
Tom Sereno
Fernanda de Almeidame, Sereno. Que eu chamo baixinho enquanto deixo a água cair barulhenta sobre a barriga redonda e imensa. Barriga-casa. Corpo-mãe. Teus chutes inesperados enquanto meu sono chega. O estômago esmagado, tentando digerir a janta e os dias – essa contagem regressiva que tantas vezes me apavora. […]