memória

  • O sorriso da minha melhor amiga, a última música da minha banda favorita, o cheiro do café da minha avó e as suas histórias que nunca tinham fim. A descoberta do meu corpo foi numa terça-feira à tarde. O calor subia pelas minhas pernas. O toque, leve como uma pluma, e a sensação de estar […]

  • Mulher imperfeita [fragmento]

    Marina Apolinário

    Às vezes eu sonho com essa história, talvez tenha sido ela que me trouxe até aqui, à escrita deste ensaio. Minha mãe sempre a contou do jeito de quem via de fora. Vó contava do sobrenatural, do jeito de quem viveu. […]

  • A infância é longa e estreita feito um caixão e não dá para escapar dela por conta própria. Ela está ali o tempo todo, e todos podem vê-la tão claramente quanto se vê o lábio leporino do Belo Ludvig. Com ele acontece o mesmo que com a Lili Bela, que é tão feia que não […]

  • Pensamentos noturnos

    Louise Glück

    Há muito tempo eu nasci.Já não há ninguém vivoque se lembre de mim quando bebê.Eu era um bebê bonzinho? Oudifícil? A não ser na minha cabeça,essa questão está agorasilenciada para sempre. […]

  • Ela adorava minhas mãos, os dedos finos e uma coisa que eu não entendia e que ela admirava: como as falanges superiores dos meus dedos se dobravam. Ela detestava que seus dedos fossem duros e inflexíveis. Engraçado reparar nisso. […]

  • Sempre gostei das idas à fazenda. Tinha um ar de aventura e liberdade. Íamos umas 12 crianças na caçamba da caminhonete. Lembro de ansiar esses momentos. As férias. Todos os anos, viajávamos para a cidade materna de minha mãe. Onde moro atualmente, que ironia. […]

  • Sobre morrer

    Luana de Oliveira

    Quantas vezes você já morreu? Minha vó costumava dizer que a gente que é pobre já nasce morrendo. Se for mulher então, aí é que fica pior: nasce culpada e morrendo. Eu cresci com isso martelando na minha cabeça. O que seria pior? A culpa ou a morte? Até hoje, não sei. Na primeira vez […]