[ arquivo ]
mulher-negra
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mãe/solo/fértil
tatiana nascimentoeu não sou
virgem, nem santa, nem sou s
agrada, mas tive o ventre
livre feito terra farta pra
feitura do mistério
(ele está no meio de nós
entre os lapsos, des
compassos, dist
ânsia & how
dare you […] -
Menu da separação
Priscila ObaciQuando a Mãe já não é o prato principal
os filhos viram degustação de 15 em 15 dias. […] -
Ao For, Ria
Priscila ObaciQuando eu for
Não me mande notícias
de seu choro
Me deixe lá
A culpa já me liga a cada minuto
Inunda cada poro em lágrimas
E leva qualquer marca de prazer […] -
O segundo nome de nenê
Marina Fariasas mãos trêmulas de elza seguraram o bebê que acabara de nascer. antes que o corpinho lambuzado de sangue e vérnix encostasse o chão de terra batida, ela aparou a criança e a encaixou no meio dos seios. o choro silencioso da mãe, entrecortado pelo choro recém-nascido da filha, ambos abafados pelos trovões […]
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uma dois
Marina Fariasgosto de brincar com miguel, pegá-lo no colo e fingir que estou ninando um bebê, apesar de o menino mais velho já estar beirando os onze anos. num dia, raul, o menino mais novo, que estava por perto, sorriu desconfiado ao ver a cena e veio correndo tentar se juntar a nós naquele aconchego. […]
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o pente de iara
Marina Fariasiara acordou com muito sono naquela manhã fria de terça-feira. ou seria quarta? a mente ainda embotada pela noite mal dormida não soube precisar o dia da semana. mas também, depois de mais de cem dias nesse enclausuro, todos os dias parecem o mesmo, pensou enquanto olhava o bebê dormindo ao seu lado na cama. […]
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Sobre morrer
Luana de OliveiraQuantas vezes você já morreu? Minha vó costumava dizer que a gente que é pobre já nasce morrendo. Se for mulher então, aí é que fica pior: nasce culpada e morrendo. Eu cresci com isso martelando na minha cabeça. O que seria pior? A culpa ou a morte? Até hoje, não sei. Na primeira vez […]
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Poema para sonhar amanhã
Luana AntunesA casa dorme, meu filho dorme. Sonha o meu filho? Alinho as palavras tortas na esperança de ver nascer um milagre para mulheres-meninas, mulheres-anciãs, mulheres-passarinhas. Cá dentro, inauguro um tempo infindo, de memória, benção para curar os olhos da guerra,
Mamãe, Kiev também é aqui? […] -
Definir-se mãe em tempos de pandemia
Josinélia Chaves MoreiraNo dia 04 de julho de 2017, dois traços vermelhos me enunciavam Mãe. A palavra mãe, ainda em processo, ecoou, rasgou e feriu-me como uma navalha, enquanto tentava não acreditar no que via. Palavras pularam da minha cabeça, me olhando e insistindo em me penalizar, em me asfixiar: camisinha, pílula do dia seguinte, anticoncepcional – […]